A Covestro fechou o excepcional ano de 2020 com forte desempenho colhendo os frutos, especialmente no segundo semestre, das consistentes medidas de prevenção à crise e da recuperação da demanda. Apesar de um quarto trimestre muito bem-sucedido, o Grupo não conseguiu compensar totalmente as enormes quedas relacionadas à pandemia ocorridas nos primeiros seis meses. Em 2020, os volumes principais de vendas do Grupo caíram 5,6% em relação ao período do ano anterior. As vendas totais também diminuíram, com queda de 13,7% em relação ao último ano, para aproximadamente 10,7 bilhões de euros. Com a implementação de amplas medidas de corte de custos, a Covestro conseguiu limitar a queda do EBITDA a 8,2% em relação ao ano anterior, cumprindo as previsões para o ano fiscal de 2020 com aproximadamente 1,5 bilhão de euros (ano anterior: aprox. 1,6 bilhão de euros). A receita líquida totalizou 459 milhões de euros (-16,8%) e o fluxo de caixa operacional livre (FOCF) subiu para 530 milhões de euros (+12,1%).
“Conseguimos fechar com sucesso esse ano tão excepcional, mantendo nossa capacidade de reação em todos os momentos. Tomamos uma ampla gama de medidas para proteger nossos colaboradores, manter as cadeias de fornecimento ativas e expandir nossa posição de forte liquidez”, afirma o CEO Markus Steilemann. “Assim, conseguimos atingir nossas metas estratégicas no ano fiscal de 2020. Definimos nossa visão para nos tornarmos totalmente circular e demos um grande passo nessa direção, com o anúncio da aquisição do negócios de Resinas e Materiais Funcionais da DSM.”
No início do ano, a Covestro anunciou o plano de tornar-se totalmente circular. Para concretizar essa visão de longo prazo e implementar a circularidade em todas as suas áreas de atividades, o Grupo decidiu se concentrar em quatro tópicos: matérias-primas alternativas, reciclagem inovadora, soluções colaborativas e energias renováveis.
Fortes resultados graças a medidas consistentes
“As decisivas medidas que tomamos precocemente contribuíram muito para a entrega de fortes resultados. Apoiados por uma recuperação significativa na demanda a partir de meados do ano, retomamos a nossa trajetória de crescimento no segundo semestre e geramos receita quase no mesmo nível do ano anterior”, diz o CFO Thomas Toepfer. “Em um ambiente ainda caracterizado pela incerteza, mantemos a atenção aos custos e continuamos a fortalecer nossa eficiência. Além disso, focaremos ainda mais em nossos clientes a fim de gerar valor.”
Para se posicionar de maneira mais robusta na esteira da pandemia do coronavírus e garantir reservas de liquidez, a Covestro implementou numerosas medidas adicionais de corte de custos no último ano. Como resultado, o Grupo economizou um total de 360 milhões de euros a curto prazo. O programa de eficiência “Perspective”, lançado em 2018 e encerrado em 2020, também contribuiu com uma economia de 130 milhões de euros no ano fiscal de 2020.
A Covestro também buscou tomar vários tipos de medidas de financiamento em 2020. Desta forma, o Grupo alinhou seus instrumentos financeiros ao seu desempenho de sustentabilidade onde possível, destacando assim seu compromisso para tornar-se mais sustentável. O empréstimo sindicalizado de 2,5 bilhões de euros, assinado em março de 2020, foi atrelado ao seu rating ESG (Environment, Social, Governance), por exemplo. Quanto melhor o desempenho em ESG da Covestro, menor será o componente de juros do empréstimo.
Realinhamento da estratégia: visão como princípio norteador
Com a clara meta de tornar-se totalmente circular e como resposta para as constantes transformações do mercado, a Covestro realinhou a estratégia do Grupo.
Esse esforço concentra-se em um maior foco no cliente e no crescimento sustentável. A partir de 1º de julho de 2021, a Covestro administrará seus negócios com uma nova e personalizada estrutura centrada em sete entidades de negócios alinhadas às necessidades do cliente e ao cenário competitivo. Além disso, o Grupo irá operar em duas áreas de negócios distintas, “Materiais de Performance” e “Soluções e Especialidades”.
– Materiais de Performance: Esta área será constituída por uma entidade de negócios formada por Policarbonatos, Uretanos Padrão e Químicos Básicos.
– Soluções e Especialidades: Esta área será constituída por seis novas entidades de negócios chamadas Uretanos Personalizados, Revestimentos e Adesivos, Plásticos de Engenharia, Filmes Especiais, Elastômeros e Poliuretanos Termoplásticos.
Com isso, a Covestro está alinhando de forma consistente seus produtos e processos às necessidades dos seus clientes com um foco ainda maior no tema de sustentabilidade de forma rentável. No futuro, o Grupo aplicará critérios de sustentabilidade com ainda mais rigor ao realizar investimentos, aquisições e atividades de P&D. Como parte da sua transição para uma economia circular, a Covestro também está expandindo seu portfólio de produtos circulares.
“Nossa visão de nos tornarmos totalmente circulares está guiando a nova estratégia do Grupo. A nova estrutura cria um ponto de partida ideal para o futuro e nos posicionará para nos tornarmos significativamente mais competitivos”, segundo Steilemann. “Isso nos permitirá atender melhor as necessidades dos nossos clientes, tornar nossa empresa mais eficiente e eficaz e gerar um crescimento sustentável. Estamos realmente avançando na transformação para uma economia circular.”
Nova política de dividendos com maior foco em receita
A Covestro está adotando novas bases para o pagamento dos seus dividendos. A política de dividendos passa a se basear mais na receita do Grupo, com o percentual de dividendos perfazendo de 35% a 55% da receita líquida gerada pelo grupo. “Essa política de dividendos está mais atrelada à posição financeira geral da Covestro e nos permitirá elevar os dividendos em anos com receitas fortes”, diz Toepfer. Com base na performance atual, a Covestro planeja distribuir dividendos de 1,30 euro por ação pelo ano fiscal de 2020. Isso corresponde a um índice de distribuição de 55%.
Guidance 2021: expectativa de ano fiscal acima do nível pré-pandemia de 2019
Para o ano fiscal de 2021, a Covestro espera um crescimento do volume principal entre 10% e 15%. Atribui-se cerca de 6% desse número à aquisição planejada do negócio de Resinas e Materiais Funcionais (RFM) da DSM. Além disso, a Covestro prevê que o FOCF fique entre 900 milhões e 1,4 bilhão de euros, com ROCE de 7% a 12%. Antecipa-se que o EBITDA do Grupo para o ano completo de 2021 fique entre 1,7 bilhão e 2,2 bilhões de euros. No primeiro trimestre de 2021, a projeção do EBITDA está na faixa de 700 a 780 milhões de euros.
Recuperação de demanda em todos os segmentos no segundo semestre de 2020
O segmento de Poliuretanos sofreu uma queda de 6,1% nos volumes principais de vendas no ano fiscal de 2020. Após uma queda de demanda em decorrência da pandemia no primeiro semestre do ano, notou-se uma melhora significativa no segundo semestre. Esse fenômeno, somado a uma posição competitiva vantajosa, levou a um aumento nos volumes principais de vendas. As vendas caíram 13,1% para 5,0 bilhões de euros no ano completo, principalmente devido à baixa dos preços médios de venda no ano e à queda nos volumes totais vendidos. O EBITDA caiu 3,5% para 625 milhões de euros, também devido à redução dos volumes vendidos. No entanto, a redução de custos decorrente das medidas de corte influenciou positivamente o EBITDA.
O segmento de Policarbonatos teve uma queda de 3,0% nos volumes principais de vendas no ano fiscal de 2020. A pandemia fez a demanda encolher nos primeiros seis meses. No segundo semestre do ano, no entanto, uma recuperação robusta da demanda alavancou os volumes principais de vendas para acima do ano anterior. As vendas caíram 14,1% para 3,0 bilhões de euros, principalmente devido à baixa dos preços de venda e à queda nos volumes totais vendidos. Em contraste, o EBITDA subiu 3,2% para 553 milhões de euros, uma tendência atribuída principalmente à queda dos preços das matérias-primas e uma redução de despesas em decorrência das medidas de cortes de custos.
Os volumes principais de vendas do segmento de Revestimentos, Adesivos e Especialidades caíram 8,9% no ano fiscal de 2020. Nos primeiros seis meses do ano fiscal de 2020, os volumes principais de vendas diminuíram principalmente devido à queda acentuada da demanda decorrente da pandemia. No fim do ano, a demanda foi retomada e os volumes principais de vendas no quarto trimestre do ano fiscal de 2020 superaram os do ano anterior. As vendas do ano completo caíram 13,9% para 2,0 bilhões de euros, principalmente devido à baixa nos volumes totais vendidos e nos preços médios de venda. O EBITDA caiu 27,3% para 341 milhões de euros. Isso se deve ao declínio nos volumes vendidos, às margens mais baixas e às despesas com a aquisição planejada da DSM. No entanto, a redução de despesas decorrente das medidas de corte de custos teve impacto positivo sobre a receita. Além disso, o EBITDA no período do ano anterior havia sido positivamente impactado pelo efeito isolado da aquisição sucessiva de ações da DIC Covestro Polymer Ltd., sediada no Japão.
Quarto trimestre de 2020 bem acima do ano anterior
Os volumes principais de vendas no quarto trimestre de 2020 subiram 1,7% em relação ao período do ano anterior. As vendas totais cresceram 5,0% para 3,0 bilhões de euros, em decorrência da alta nos preços de venda. Totalizando 637 milhões de euros, o EBITDA no quarto trimestre de 2020 mais que dobrou em comparação com o ano anterior. A receita líquida sofreu alta acentuada de 37 milhões de euros do trimestre do ano anterior para 312 milhões de euros. O FOCF também cresceu 19,4% no quarto trimestre, para 394 milhões de euros.