O Brasil importou US$ 44,1 bilhões em produtos químicos em 2019, valor total pago pela aquisição de pouco mais de 47,6 milhões de toneladas entre as diversas mercadorias acompanhadas pela Abiquim no âmbito da balança comercial setorial. Na comparação com os resultados de 2018, foi registrado um aumento de 2% no valor monetário das importações, ao passo que as quantidades físicas adquiridas pelo país foram 5,4% superiores. Em termos históricos, as quantidades importadas em 2019 são as maiores de todos os tempos, confirmando as projeções da Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim do recorde em 2019 de aquisições estrangeiras em produtos químicos. Quando comparadas com as 37,5 milhões de toneladas de 2013, ano em que foi registrado o maior déficit no histórico da balança comercial de produtos químicos, de US$ 32 bilhões, observa-se um aumento de 27%, sobretudo em produtos químicos para o agronegócio, que poderiam ser fabricados no país. Entre os grupos acompanhados, os intermediários para fertilizantes foram perceptivelmente o principal item da pauta de importação do setor com compras de praticamente US$ 8,1 bilhões, em 2019, equivalentes a 67,8% (28,4 milhões de toneladas) das 47,6 milhões de toneladas em compras externas de produtos químicos.
As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, de US$ 12,6 bilhões, em 2019, tiveram uma sensível redução de 8,1% na comparação com o ano anterior. Quanto ao grupo de produtos químicos mais exportados, as resinas termoplásticas, com vendas externas de US$ 1,8 bilhão, ocuparam tal posto, não obstante redução de 12,9% do valor das vendas para o exterior na comparação com 2018.
O déficit na balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 31,5 bilhões em 2019, um crescimento constante e progressivo nos últimos quatro anos, conforme vinha alertando a Abiquim.
Para a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, 2019 foi marcado como um ano de destaque na agenda de melhorias estruturais da economia brasileira, com a aprovação da reforma da previdência e a celebração dos acordos comerciais com a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA, em inglês). Contudo, para ela, ainda é imperativa uma rápida e compreensiva agenda de ajustes competitivos (energia, gás natural, matérias-primas) preconizados pelo Governo e que contam com total engajamento do setor químico.