O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante afirmou que nos próximos quatro anos vai trabalhar junto à Abiquim para que a indústria química volte a ocupar a quarta posição no mundo, já que é uma indústria fundamental para o desenvolvimento do país e para isso propôs uma aliança com o setor.
Mercadante esteve na reunião do Conselho Diretor da Abiquim e ressaltou que nos 71 anos de história do BNDES, ele foi um parceiro fundamental da indústria química brasileira. “Ela era a quarta do mundo e hoje é a sexta. Hoje é o terceiro déficit comercial do país e a agricultura, bem como a vida das pessoas, dependem da indústria química. Ela está em todos os setores. E com esse grande desafio que é a transição energética, a sustentabilidade, a economia circular e a descarbonização, a indústria química está no coração deste processo. Ou seja, ela será prioridade para o futuro do BNDES; essa parceria com a Abiquim e a indústria química brasileira”, salientou.
Reforma tributária à parte, que ele destacou ser crucial para garantir a competitividade do setor, Mercadante reconheceu a necessidade de avançar em uma política industrial de Estado e firmou seu compromisso de retomar a posição que o banco sempre ocupou, como uma das maiores instituições de fomento de novos projetos. Segundo ele, o pontapé inicial já foi dado; entre algumas medidas do BNDES, ele citou a redução de dividendos, extinção de IOF e flexibilização de taxas. Sobre a questão do gás natural, Mercadante sugeriu uma reunião tripartite – BNDES, Petrobrás e Abiquim – sobretudo quanto ao alto volume de reinjeção que vem sendo praticado. Ele reforçou ainda que o momento é extremamente favorável para avançar na reindustrialização, dado o atual cenário geopolítico e foco nas questões climáticas, afirmando que a indústria química brasileira tem potencial para ser a mais moderna, limpa e descarbonizada do mundo.
Ainda como encaminhamento, ficou acordado entre Abiquim e BNDES, estabelecerem parcerias juntos em temas como economia circular de químicos e hidrogênio, atualização de estudo sobre a diversificação da indústria química (incorporando a química de renováveis, por exemplo) e amplificação da certificação Atuação Responsável (programa da Abiquim que atesta a completa adesão das empresas químicas às práticas ESG) já utilizada pelo BNDES em uma linha de financiamento ESG.
Durante a reunião, o presidente executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, apresentou o cenário da indústria química e sua agenda estratégica, enfatizando sobretudo as vantagens comparativas do País e o potencial de entrega que a química tem caso o governo enderece adequadamente as questões que envolvam a sua competitividade, gerando assim emprego, maior arrecadação de impostos, riqueza e qualidade de vida para a população do Brasil. E ao final do encontro, Passos reafirmou a parceria com o presidente Aloizio Mercadante, salientando as expectativas otimistas do setor, mediante a mobilização de vários agentes, entre eles o novo governo que tem acenado positivamente para o futuro da indústria química nacional. A recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e, na semana anterior, a retomada das alíquotas de importação de resinas termoplásticas são dois exemplos que foram grandemente celebrados pelo setor.