
As análises e dados dos dois especialistas revelaram um certo otimismo para a economia brasileira em 2020 e, no mesmo evento, os autores de três estudos de alto nível técnico receberam o Prêmio ABRAFATI de Ciência, que incentiva a pesquisa ligada às tintas
Informação e conteúdo foram duas das palavras-chave que marcaram o Jantar de Networking e Confraternização da Abrafati realizado no dia 10 de dezembro, em São Paulo (SP). Os principais líderes da cadeia de produção e distribuição de tintas, presentes no evento, tiveram a oportunidade de obter valiosas informações e reflexões sobre o panorama econômico geral e do setor de tintas e vernizes, assim como os desafios e as oportunidades para 2020. A visão panorâmica sobre a economia foi apresentada pelo economista e convidado da noite, Ricardo Amorim. Reconhecido por seu conhecimento e seu talento como palestrante – além de ser o brasileiro mais influente no LinkedIn –, ele mostrou uma série de análises e dados que balizaram sua previsão otimista em relação ao futuro do Brasil, a começar pelo fato de que o País está “em liquidação” para investidores internacionais. Alertou que há condições para uma expansão econômica mais forte que as previsões anunciadas pelo governo e por especialistas e que é preciso estar atento ao timing para aproveitar as oportunidades.
Panorama de tintas – Na sequência, Freddy Carrillo, presidente do Conselho Diretivo da Abrafati, falou sobre o desempenho e as perspectivas do setor de tintas, coincidindo na visão otimista do economista em relação ao futuro do País. Ele destacou que, depois de mais um ano de crescimento abaixo do seu potencial (0,8% em 2019), a indústria de tintas deverá ter em 2020 uma expansão mais significativa, que deverá ficar entre 2 e 3%. “Depois de 6 anos, as vendas de tintas imobiliárias voltarão a subir e há expectativas favoráveis também para as tintas destinadas a outras aplicações”, afirmou Carrillo ao mencionar que o nível de confiança do consumidor está aumentando ao considerar o 2º semestre e os movimentos positivos na área de infraestrutura, construção civil e setor automotivo, três mercados importantes para alavancar o segmento de tintas e aumentar o crescimento nos próximos anos.
O quadro abaixo elaborado pela Abrafati fornece os dados de 2019 em comparação aos números de 2018. O segmento de tintas imobiliárias foi similar a 2018; o de tintas automotivas registra recuperação de 3% e repintura automotiva 5%; e a categoria de tintas industriais teve uma melhora e alcança 5% de crescimento.
SETOR DE TINTAS NO BRASIL – NÚMEROS DE 2019
VENDAS DA INDÚSTRIA DE TINTAS – 2019/2018 | |||
Subsegmento | Volume 2018 (em milhões de litros) | Volume 2019 (em milhões de litros) | Crescimento 2019/2018 |
Tintas imobiliárias | 1.280 | 1.280 | 0,0% |
Tintas automotivas (OEM) | 38 | 39 | 3,0% |
Tintas para repintura automotiva | 64 | 67 | 5,0% |
Tintas para a indústria | 166 | 174 | 5,0% |
TOTAL DAS TINTAS | 1.548 | 1.560 | 0,8% |
Prêmio Abrafati reconhece autores de três estudos inovadores – No mesmo jantar, os autores de três estudos de alto nível técnico receberam o Prêmio Abrafati de Ciência em Tintas. Os trabalhos vencedores foram escolhidos por uma Comissão Julgadora formada por especialistas do setor, com base na sua relevância e originalidade.
O primeiro lugar foi conquistado por Manuel Julimar Lopes, da Lopes Química, que mostrou ser um pesquisador incansável, sempre desenvolvendo novos estudos: desde 2002, já foi reconhecido seis vezes nessa premiação. O trabalho que apresentou, com um enfoque inovador, intitula-se “Tinta nanotecnológica com marcadores para rastrear lotes de explosivos após sua detonação. Uma ferramenta para a Polícia Federal”.
Em 2º lugar, ficaram duas pesquisadoras, Alana Alves Rodrigues e Milena Galdino Teixeira, e seu orientador, professor doutor Marcio José da Silva, todos eles ligados à Universidade Federal de Viçosa. O trabalho reconhecido foi “Processo altamente eficiente de produção do Solketal a partir do bioglicerol usando catalisadores sais de heteropoliácidos: um eficiente método de síntese de um agente de coalescência alternativo e de origem renovável”.
Já a 3ª colocação foi obtida por Suelen Rodrigues Müller, mestre em Engenharia dos Materiais e Processos Sustentáveis pela Universidade Luterana do Brasil e formuladora na Tintas Killing, e sua orientadora, a professora doutora Ester Schmidt Rieder, da mesma universidade. O título do trabalho que apresentaram é “Inserção de nanopartículas de óxido de zinco em revestimentos alquídicos base água para proteção de aço carbono”.
Foi a 20ª edição do prêmio, que há mais de 30 anos vem representando uma contribuição essencial para o desenvolvimento tecnológico e a inovação na cadeia de tintas. Desde 1987, cerca de 100 pesquisadores, de universidades, centros de pesquisa e empresas, foram reconhecidos, por trabalhos que resultaram em aprimoramentos significativos em processos, desenvolvimento de produtos e matérias-primas, avanços no campo ambiental e outros aspectos, além de, muitas vezes, terem dado origem a estudos mais aprofundados.